*Por Karine Rizzardi
Você tem idéia de qual região do Brasil você encontra os abacaxis mais doces? E qual região você acha os mais ácidos? Eu não entendo muito bem dessa área, mas fui atrás a título de curiosidade e descobri que os abacaxis do Maranhão são considerados os mais doces do país. A pergunta é: Por que? O que os abacaxis de lá tem de diferente dos daqui?
A resposta é algo interessante: Lá tem escassez de tudo. Há falta de água da chuva, há excesso de calor, pouca umidade e isso obriga o abacaxi a se proteger e se superar, o que o torna ainda mais gostoso de ser ingerido.
Os abacaxis daqui do sul, já são opostos dos de lá. Aqui tem chuvas temperadas e um ambiente agradável e com solo nutritivo. Como resultado, nossos abacaxis são mais ácidos e não tão saborosos.
Essa breve explicação me faz comparar os abacaxis com os filhos. Eles tem tudo a ver com o sabor dessa fruta. Percebo que quanto mais os pais confiam nas potencialidades deles e os forçam a explora-las sem ficar superprotegendo e nem poupando-os dos desafios, mais esses filhos se dão melhor na vida. Para comprovar essa realidade é só observar a diferença de personalidade entre os irmãos.
Percebo nitidamente que os filhos mais poupados são os que menos exploram suas forças. Eles até tem uma auto imagem mais frágil, como se dependessem dos outros para superar seus próprios medos.
A imagem que os filhos tem de si mesmos, são compatíveis com a maneira que os pais os vêem. Se você acha que seu filho é um abacaxizinho que precisa sempre estar nas melhores terras, com os mais fortes nutrientes e sempre com a chuva vinda ao seu tempo, é muito provável que ele sempre será aquele abacaxi mais difícil de comer.
Mas porque a natureza é assim?
A resposta é simples: Porque nós temos um oceano de habilidades pessoais que precisamos descobrir sobre nós mesmos e muitas vezes elas só se tornam conhecidas mediante a situações difíceis pelas quais passamos. Por isso não podemos ter medos dos desafios, mas o que precisamos é encorajar nossos filhos a saber como podem chegar mais longe.
Devemos olhar nossos filhos como os abacaxis do Maranhão, não como os do sul. No entanto, lembre-se que isso não tem nada a ver com o amor. O amor deve estar presente em todas as situações e momentos, mas a superproteção não, pois assim como o solo não protege os abacaxis mais doces, os pais que realmente acreditam em seus filhos também não precisam protegê-los daquilo que eles sabem que vão conseguir superar.
*A autora é psicóloga especialista de casais e família.
Contato: karinerizzardi@hotmail.com.
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